As células-tronco da sociedade


Que são os jovens se não as células-tronco da sociedade?


Durante a embriogênese, processo no qual o embrião se desenvolve, diversas células não-diferenciadas se multiplicam intensamente, principalmente nas primeiras etapas do desenvolvimento do feto, com o intuito de formar as células que comporão o futuro indivíduo. Estas células são denominadas de células-tronco pluripotentes, visto que podem (“potente” de potência, ou capacidade) se diferenciar em vários (“pluri”) tipos de célula.

É na etapa de diferenciação celular que estas células-tronco vão ser “informadas” por meio de processos de sinalização química – ainda não inteiramente compreendidos – qual será a sua função no organismo, e assim ela se tornará uma célula epitelial, muscular ou neuronal, por exemplo.

Durante a juventude, assim como as células, os jovens recebem diversos “sinais” de “aglomerados de células” no seu entorno, que indicam possíveis caminhos para o seu futuro. Há não muito tempo, as possibilidades de escolha dessa população jovem não eram muitas, visto que o conhecimento se restringia a uma parcela menor do globo. Porém, ainda que o percentual de matriculados no ensino superior no Brasil seja pequeno quando comparado à população total, temos hoje grandes edificações, preenchidas com mentes brilhantes, que permitem a transmissão de informações de uma forma jamais vista na história. Os jovens que optam e conseguem dedicar parte de sua vida a esses ambientes de aprendizado, entram como células-tronco ainda aprendendo a “usar seu material genético” da melhor forma possível, e saem como “células” diferenciadas.

Os ambientes de preparação para entrada nestes edifícios do saber são algo intrinsecamente assombroso e admirável. As “células-tronco pluripotentes”, ainda sem saber qual caminho de fato vão seguir, ficam, por vezes, desorientadas, sem saber em que tipo de célula vão se diferenciar. No entanto, com o passar do tempo (e das divisões celulares), elas conhecem suas inúmeras capacidades e percebem seu importante papel para o organismo como um todo. Enquanto estas células estão em processo de diferenciação, elas, com certeza, influenciam de algum modo as células ao seu entorno, podendo até ser reposicionadas no organismo.

            Entretanto, não creia leitor, que este processo de diferenciação seja permanente – estudos recentes, dignos de Nobel, comprovam que com algum esforço, células maduras podem voltar ao seu estado de pluripotência. Fato é que todas as células, diferenciadas ou não, ainda têm muito a descobrir sobre si mesmas. O vasto genoma é como informação, simples informação: será somente útil caso seja “expresso”. Assim como a estonteante quantidade de informação que absorvemos: somente será proveitosa caso interpretada e convertida em conhecimento.

  Desse modo, reitero: Os jovens são as células-tronco da sociedade, (e permitindo o adendo) em processo de diferenciação celular. Alguns se tornarão os neurônios pensantes; outros os necessários músculos para permitir o movimento; muitos serão como o tecido ósseo, sustentando e dando forma ao todo. Fato é que todas as células individuais desse organismo vivo e orgânico denominado Sociedade serão responsáveis por exercer o seu propósito na manutenção do todo, em um processo (geralmente) harmonioso, contribuindo para a evolução humana.

Angelo Luiz Angonezi
Falaí Biotec

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