DISPOSITIVO "ESPONJA" DIMINUI EFEITOS COLATERAIS DE QUIMIOTERAPICOS

O dispositivo atenuou o espalhamento do medicamento para câncer de fígado pelos corpos dos porcos, reduzindo a toxicidade.



No centro desta abordagem - recentemente testada em porcos - existe uma pequena "esponja" cilíndrica criada pela impressão 3D. Envolvida dentro de uma veia perto de um tumor tratado com quimioterapia, a esponja pode absorver o excesso de droga antes de se espalhar pelo corpo - diminuindo assim os efeitos colaterais prejudiciais da quimioterapia, incluindo vômitos, imunossupressão ou até mesmo insuficiência cardíaca. Ela é capaz de ligar-se quimicamente ao medicamento, impedindo sua ação. 


Um teste do mais recente protótipo mostrou que o absorvedor capturou quase dois terços de um quimioterápico comum infundido em uma veia próxima, sem provocar coágulos sangüíneos ou outros problemas óbvios no porco, diz Steve Hetts, neurorradiologista da Universidade da Califórnia, em San Francisco, junto a seus colegas na ACS Central Science.

A quimioterapia geralmente é administrada por via intravenosa na esperança de que algum tratamento chegue ao local do câncer. Em uma forma mais localizada de quimioterapia usada para tratar tumores difíceis de remover, a droga viaja através de fios de cateter que serpenteiam em artérias que vão diretamente para o tumor. Embora essa técnica, conhecida como quimioembolização transarterial, ou TACE, seja administrada a dezenas de milhares de pessoas a cada ano, normalmente algumas das drogas injetadas contornam o local do tumor e escorregam para a circulação geral, onde podem causar estragos em outros lugares.

Hetts usa o método transarterial para tratar bebês com um tumor ocular raro chamado retinoblastoma - e foram essas experiências que originaram a idéia da “esponja”. Depois que a quimioterapia seguiu seu curso através de cateteres transaratais, os tumores oculares dos bebês diminuíram. No entanto, várias semanas depois, as contagens de células sangüíneas caíram, sugerindo a Hetts que algumas das quimioterápicas estavam escapando do olho e afetando outras células. Essas observações, oito anos atrás, levaram Hetts a pensar que “se eu tivesse um dispositivo que pudesse colocar na veia para ligar o excesso de droga, então talvez esses bebês não tivessem o efeito colateral” de supressão imunológica.

Em experimentos, a equipe injetou o remédio contra o câncer de fígado através da perna e veias pélvicas dos porcos - que são semelhantes em largura às veias do fígado, diz Hetts. Antes de infundir o medicamento de quimioterapia, os pesquisadores inseriram a esponja impressa 3-D a poucos centímetros do local da infusão - bem como cateteres acima e abaixo da esponja para coletar amostras de sangue para medir a absorção do medicamento ao longo do tempo. Dentro de meia hora, o dispositivo absorveu, em média, 64% do medicamento contra o câncer do fígado.

A próxima rodada de estudos irá monitorar a captura de doxorrubicina por esponjas de droga inseridas diretamente nas veias do fígado dos porcos.


Traduzido e reinterpretado de:
https://www.sciencenews.org/article/new-3d-printed-sponge-sops-excess-chemo-cancer-drugs

Falaí Biotec

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