Bactérias "semissintéticas" produzem novas proteínas
A Biologia Sintética
é uma área interdisciplinar, que envolve a Biologia, a Biotecnologia e a
Engenharia Genética como um todo, cujo objetivo é a transformação de
microrganismos, com o intuito de modificar suas características, para que
tenham novas aplicações.
Cientistas buscam
criar, por meio da Biologia Sintética, novas formas de vida com diferentes
formas e funções, ainda não vistas na natureza. Embora estejamos distantes da
criação de uma forma de vida completamente sintética, cientistas criaram organismos
“semissintéticos”, que possuem um código genético expandido, permitindo que
esses organismos produzam proteínas jamais vistas. Agora, pesquisadores
otimizaram uma bactéria "semissintética" para produzir eficientemente
proteínas contendo aminoácidos não naturais.
Todas as formas de vida na Terra
armazenam informação genética usando um código genético composto de quatro “letras”,
representando os nucleotídeos Adenina, Timina, Guanina e Citosina, que se pareiam
de maneira específica (A-T e C-G) para formar as ligações que unem a dupla fita
da molécula de DNA. Recentemente, pesquisadores criaram nucleotídeos sintéticos
que podem se parear entre si (traduzimos uma notícia a respeito disso aqui no
blog, clique aqui para conferir). Esses “novos” nucleotídeos podem ser
inseridos em bactérias, que replicam o DNA, que será posteriormente transcrito e traduzido em novas proteínas, que contém aminoácidos além dos vinte aminoácidos
canônicos conhecidos.
No entanto, essas bactérias
geralmente não conseguem usar essas sequências sintéticas de maneira tão eficiente
como as presentes em seu genoma natural. Lingjun
Li, Floyd Romesberg e outros pesquisadores buscaram a otimização desses nucleotídeos
adicionais para melhorar a síntese de novas proteínas.
Os pesquisadores testaram diferentes
combinações desses pares de base “não naturais” em bactérias da espécie Escherichia coli e observaram quais se
replicaram de maneira mais eficiente e produziram maiores níveis da proteína
desejada. Alguns dos pares de base sintéticos já haviam sido testados
anteriormente, enquanto outros eram novas variedades. A equipe usou esses pares
de base otimizados para demonstrar, pela primeira vez, um organismo
semissintético que poderia sintetizar proteínas contendo diversos aminoácidos
não naturais. Isso tem potencial de grande impacto em diversas áreas que se
beneficiam da engenharia de proteínas, já que com novos “blocos de construção”,
com características físicas e químicas diferentes dos convencionais, podem ser
engenheiradas proteínas com novas propriedades e diferentes funções.
Falaí Biotec
Referências:
FELDMAN, Aaron
W. et al. Optimization of Replication, Transcription, and Translation in a
Semi-Synthetic Organism. Journal Of The American
Chemical Society, [s.l.], v. 141, n. 27, p.10644-10653, 26 jun. 2019.
American Chemical Society (ACS). http://dx.doi.org/10.1021/jacs.9b02075.
Traduzido e adaptado de: American Chemical Society. "Semi-synthetic
bacteria churn out unnatural proteins." ScienceDaily. ScienceDaily, 17 July 2019.
<www.sciencedaily.com/releases/2019/07/190717105247.htm>.
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